Em 2 de dezembro de 1720, a Capitania de São Paulo e Minas do Ouro foi desmembrada pela Coroa Portuguesa, sendo criada a Capitania de Minas, que se tornou conhecida como Minas Gerais.
A programação comemorativa dos 300 anos de Minas se propõe a celebrar (o passado), refletir (sobre o presente) e projetar (o futuro), a fim de contribuir para a transformação de Minas por meio de um processo inclusivo, solidário, sustentável e democrático.
A ALMG e as instituições parceiras – TJMG, MPMG, TCE-MG, DPMG e UFMG – convidam todos os mineiros a participar desse momento de celebração e de reflexão.
Conheça exposição virtual de fotografia sobre o tricentenário mineiro.
Nos seus 300 anos de história, Minas Gerais se distinguiu das demais regiões que compuseram a América Portuguesa em vários aspectos relacionados à economia, sociedade e política.
Com a descoberta de ouro e pedras preciosas, no final do século XVII, houve rápida ocupação do território que hoje corresponde a Minas Gerais, tornando-a a região mais populosa do Brasil até os anos 1940. Centrada na mineração de ouro e depois de diamantes, a diversificação da vida econômica de Minas foi incrementada nos séculos seguintes, mantida a importância das atividades mineratórias. O Estado se tornou um importante centro de produção metalúrgica, principalmente ligado à siderurgia.
Os primeiros tempos da mineração foram marcados por turbulências e conflitos, que a Coroa Portuguesa buscou enfrentar mediante a imposição do Fisco, da Justiça e da Polícia. Ao longo do século XVIII, foram inúmeras as revoltas, os motins, a fuga de escravos e a formação de quilombos.
Minas Gerais teve importante papel no prenúncio da nação, que é o principal significado da Inconfidência Mineira, tendo tido importante participação na constituição do Estado Nacional, com o Império, e na implantação da República.
O sistema cultural de Minas Gerais, composto por produtores de bens simbólicos, seus consumidores e pelos veículos que permitem a sua circulação, foi constituído precocemente no Estado. A vitalidade da vida econômica da capitania permitiu a constituição de uma diversificada camada de artistas e de artesãos, como escritores, pintores, escultores, músicos e atores somados aos marceneiros, carpinteiros e ourives.
A produção artística de Minas envolveu ainda a produção de espetáculos teatrais e musicais, a exemplo das grandes festas barrocas de rua. Em 1770, foi inaugurada a Casa da Ópera de Ouro Preto, o primeiro teatro das Américas e, nele e nos que o seguiram, foram exibidos espetáculos teatrais e musicais de autores mineiros e de fora da capitania em Diamantina, São João del-Rei e Sabará.
Minas Gerais é berço de manifestações culturais ricas e diversas e de artistas renomados, como Joaquim Emérico Lobo de Mesquita, Antônio Francisco Lisboa, Basílio da Gama, Santa Rita Durão, Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Silva Alvarenga, entre tantos outros nomes.
As raízes da cultura mineira, nutridas pelas matrizes barrocas, diversificaram-se pela apropriação de outros repertórios simbólicos, pela fusão de tradições clássicas e experimentais - marca da cultura contemporânea do Estado - que convoca a vanguarda e o popular: Amílcar de Castro e G.T.O., Carlos Drummond de Andrade e Carolina Maria de Jesus, o Presépio do Pipiripau, de Raimundo Machado e o Instituto Inhotim.
O território de Minas abriga quatro biomas: Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga e Campos Rupestres de Altitude. Assim como é diversa a sua economia, sociedade e política, também o é a natureza do Estado. A extensão e a diversidade de sua cobertura vegetal foram as responsáveis pelo nome que inicialmente se deu à capitania: Capitania dos Minas Matos Gerais.
Atualmente, o Cerrado ocupa cerca de 60% do território do Estado e está ameaçado pelas intervenções depredatórias. A Mata Atlântica, que até o início do século XX dominava a faixa leste do Estado, hoje possui poucos remanescentes.
Nossas montanhas guardam riquezas minerais e a vegetação rupestre de altitude guarda uma dádiva ainda maior: são reservatórios de água e, portanto, fonte de sobrevivência das populações humanas - ameaçadas pelo aquecimento global e pela crise hídrica, dentre outros.
Minas Gerais, das matas e montanhas gerais são, também, das águas gerais. Abrigamos o grande Rio São Francisco, um dos rios míticos do sertão de Guimarães Rosa, que nasce na Serra da Canastra, corta o território mineiro e adentra a Bahia. Caminho natural e histórico de integração nacional e de circulação de pessoas e mercadorias. Há também o Rio das Velhas que, ao longo de seus cerca de mil quilômetros, apresenta uma variedade de ricas culturas ribeirinhas. Temos ainda o Jequitinhonha, o Rio Mucuri, o Rio Grande e tantos outros rios. Todos eles ricos de história, cultura e relevância para o Estado.
As comemorações dos 300 anos de Minas Gerais não se esgotarão nos eventos e celebrações programadas. Vamos mostrar a história de Minas, rica e diversificada, e uma significativa série de experiências e virtualidades nos campos cultural, científico, tecnológico, produtivo, social, educacional e natural que, devidamente acionadas (isto é, partindo do necessário protagonismo das forças democrático-populares), serão capazes de viabilizar o processo de desenvolvimento do nosso Estado e construir outros 300 anos a partir da potencialização do que de melhor temos sido capazes de ser.
Desde sempre, gerações e gerações perseveram em continuar lutando pela plena emancipação de nossa sociedade, apesar dos obstáculos que se colocam para a transformação social. É essa forte e rica tradição que queremos honrar e atualizar, a fim de contribuir para o desenvolvimento de Minas Gerais.
Com o olhar para o futuro, sintetizamos cinco temas que funcionam como pontos de agenda coletiva neste contexto:
1. Distribuição da Renda e da Riqueza
2. Construção Democrática
3. Novo padrão produtivo
4. Novo sistema cultural
5. Transformar a cidade
A programação comemorativa dos 300 anos de Minas Gerais foi adaptada para atender às medidas de combate à pandemia do coronavírus (Covid-19).
O evento apresentará as contribuições dos diferentes povos na formação da identidade mineira e para o desenvolvimento econômico do Estado.
Na ocasião, também será lançado o livro "1720-2020: Livro-reportagem das comemorações do tricentenário de Minas Gerais", do jornalista Américo Antunes.
A publicação é o terceiro e último livro da coleção "300 anos de Minas Gerais", composta ainda pelos livros "Nossa Comida Tem História", organizado pelo professor José Newton Coelho Meneses", e "Minas Gerais. Visão de conjunto e perspectivas", de autoria do professor João Antonio de Paula.
Episódio do Politiza é o último de série sobre a história do Estado; entrevistado é o líder indígena Siwê Pataxó. Leia mais
Episódio compõe uma série sobre a história do Estado; entrevistada é a professora Vanicleia Santos. Leia mais
Entrevistado é o jornalista Américo Antunes; episódio compõe uma série sobre a história do Estado. Leia mais
No dia de Minas Gerais, comemorado nesta sexta-feira (16/07), a Assembleia Legislativa promoveu o seminário virtual “Formação do Povo Mineiro: as diversas faces de um mosaico em construção”. Também foi lançado um livro-reportagem que resgata as atividades dos 300 Anos de Minas Gerais e a importância do Estado. Leia mais
02:51Uma reunião especial de Plenário, na noite de quarta-feira (02/12), recebeu virtualmente representantes de vários órgãos e instituições mineiras para comemorar os 3 séculos do Estado de Minas Gerais. Leia mais
04:28Assembleia de Minas lança oficialmente programação comemorativa dos 300 anos de Minas Gerais. a cerimônia reuniu representantes de órgãos e instituições. a programação completa das atividades está no hotsite: almg.gov.br/minas300 Leia mais
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