Pesquisa e Prevenção


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Veja simulações feitas pelos Departamentos de Economia e de Demografia (CEDEPLAR) da UFMG, com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), para avaliar a pressão potencial exercida pela demanda em função da pandemia sobre a oferta de leitos (gerais e UTI) e de equipamentos de ventilação mecânica.

Simulações da oferta e demanda por leitos e aparelhos de ventilação no Brasil

• Os principais problemas começariam a surgir quando a taxa de infecção por SARS- Cov-2 alcançasse 1% da população.
• Para taxas menores de infecção (0,01% e 0,1%), independentemente do horizonte temporal, todas as 449 microrregiões estariam operando com níveis inferiores à sua plena capacidade.
• As exceções seriam observadas nas seguintes microrregiões de saúde: Nossa Senhora da Gloria (Sergipe), Ipatinga (Minas Gerais), João Pinheiro (Minas Gerais) e Jundiaí (São Paulo).
• No caso de a taxa de infecção atingir 1% em 1 mês, 145 das microrregiões de saúde no Brasil (32%) estariam operando além de sua capacidade.
• Se apenas os leitos SUS fossem considerados, a capacidade de atendimento de todas as microrregiões ficaria ainda mais comprometida. A contribuição dos leitos privados não é desprezível em cada uma das microrregiões. Essa importância é mais evidente na região Sudeste, especialmente no Rio de Janeiro e São Paulo.
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• A situação para leitos UTI é mais preocupante. Os resultados, contudo, dependem da velocidade de propagação da infecção em cada macrorregião de saúde.
• Em um cenário mais otimista (taxa de infecção de 0,01% em 6 meses), contando com a oferta SUS e privada, seria observada uma sobrecarga dos leitos UTI em apenas 5 macrorregiões de saúde.
• A situação é mais desafiadora em duas macrorregiões localizadas no Ceará: Sertão Central (que possui oferta de 30 leitos UTI, todos privados) e Litoral Leste/Jaguaribe (que não possui a oferta nem pelo SUS nem pelo setor privado).
• Um cenário mais dramático seria observado se uma taxa de infecção de 1% for alcançada em um mês. Nesse caso, o sistema praticamente entraria em colapso na medida em que 97% das macrorregiões estariam operando além de sua capacidade.
• As macrorregiões com os maiores déficits de oferta estariam localizadas no Amazonas, Goiás, Ceará, Piauí, Bahia e Mato Grosso.
• Sem a oferta de leitos UTI do setor privado, o total de macrorregiões que entrariam em colapso seria maior.
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• Apesar de menos severa do que o estimado para leitos UTI, a situação da oferta de aparelhos de ventilação mecânica também é preocupante.
• Considerando taxa de infecção mais baixa (0,01%), independentemente da velocidade de sua propagação (1 mês, 3 meses, ou 6 meses), as macrorregiões Triângulo do Norte (Minas Gerais), Planalto Norte e Nordeste (Santa Catarina) e Foz do Rio Itajaí (Santa Catarina) já enfrentariam problemas para atender a toda demanda gerada pelo COVID-19.
• O cenário mais crítico seria observado se a taxa de 1% for alcançada em um 1 mês, onde praticamente todo o sistema iria ao colapso, com 75% das macrorregiões apresentando comprometimento de sua capacidade de atendimento.
• As piores situações seriam observadas em 17 macrorregiões, nas quais o sistema de saúde não teria condições de atender mais de 50% dos pacientes. Essas macrorregiões estariam em sua maior parte localizadas no Nordeste (8) e Norte (5) do país.
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