Segundo o delegado da Polícia Federal, está comprovado que a Vale utilizou documentos falsos para conseguir a licença para o descomissionamento da barragem.
O delegado da Polícia Civil afirmou que a mineradora já sabia do risco de rompimento da barragem desde 2017. A previsão era de que o rompimento pudesse atingir entre 120 e 150 pessoas, mas, mesmo assim, a empresa optou por não evacuar a área.
Geólogo da Vale, assinou a declaração de estabilidade da estrutura em Brumadinho. Ele afirmou que só deu o aval porque confiava nos consultores que produziram o laudo de estabilidade.
"Não cabia a mim discordar dos laudos, a gerência de gestão de riscos que acompanhava isso", afirmou Cristina Malheiros, da Gerência de Geotecnia da Vale.
Da equipe de Geotecnia Corporativa da Vale, ela afirmou que a responsabilidade técnica pela segurança da Barragem é dos engenheiros da Gerência de Geotecnia Operacional da empresa.
O engenheiro estava no refeitório e conseguiu fugir, primeiro a pé e depois de carona em uma caminhonete.
Ex-Vale, ele disse ser responsável apenas pela estrutura formal do plano de emergência, que foi enviado a áreas técnicas para análise.
O engenheiro explicou que o plano de emergência da barragem previa um tempo de ATÉ UM MINUTO para saída dos funcionários de locais mais próximas da barragem, como o refeitório.
"Ô filho! Você que trabalha na barragem, fica na parte mais alta que aquilo tá igual uma bomba, vai estourar a qualquer hora", aconselhou Olavo Coelho ao filho Fernando (foto). Olavo, que teria comunicado aos gerentes que a estrutura poderia se romper, acabou sendo uma das vítimas da tragédia.
Gerente da área de geotecnia da Vale, ele afirmou que problemas pontuais foram resolvidos com intervenções na estrutura antes do rompimento.
"Estou sob tratamento psicológico e psiquiátrico no SUS de Brumadinho." Mecânico da Sotreq, Eiichi perdeu o cunhado (ainda desaparecido) e afirmou não saber da recomendação de que não deveriam ocorrer detonações próximo à barragem.
"Eu mesmo poderia estar no restaurante (que foi destruído pela onda de rejeitos), por poucos minutos", afirmou Edmar, que era responsável por detonar dinamites na mina.
"Desde o início das medições em Córrego do Feijão, em março de 2018, a área apresentava uma deformação", disse Tércio, que opera radares na Vale desde 2013.