A história, a identidade, a cultura, a beleza e a força de Minas estarão novamente em destaque na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Dessa vez, sob o olhar diverso de 60 fotógrafos, o Estado será celebrado em imagens que retratam passado, presente e futuro de seus 300 anos.

Na segunda-feira (07/12/20), às 19 horas, será aberta a exposição "Minas Arte em Casa – 300 anos de Minas Gerais - Fotografia”, parte das comemorações do tricentenário do Estado. A mostra foi idealizada para o ambiente virtual, em função da pandemia de Covid-19, sem perder, no entanto, a força das “muitas Minas” de Guimarães Rosa.

As fotos serão publicadas em galeria virtual no Portal da Assembleia e também poderão ser acessadas pelo hotsite comemorativo dos 300 anos de Minas. Em cada área temática, além das 15 fotos, haverá texto de abertura e arquivo de áudio, com transcrições e outros recursos técnicos para acessibilidade a pessoas com deficiência visual.

Uma intervenção artística também será realizada para divulgar a exposição. Entre os dias 7/12 e 14/12, sempre a partir das 19 horas, as imagens serão projetadas na parede de mármore do Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira, de frente para a Praça Carlos Chagas. Elas ainda serão exibidas nas redes sociais e canais de comunicação institucional da Assembleia e dos parceiros na realização das celebrações dos 300 anos de Minas.

Temas englobam economia, cultura e futuro do Estado

Seguindo os quatro eixos definidos pela curadoria das atividades comemorativas do tricentenário, as imagens retratam Economia, Sociedade e Política; Vida Cultural; Patrimônio Natural; e Um Olhar para o Futuro. As 15 fotos de cada tema foram selecionadas por meio de edital e seus autores serão remunerados.

No primeiro grupo, estão os modos de viver dos mineiros, seus costumes e valores, bem como as tensões e conquistas que são marca do Estado, além da produção de riquezas, bens e serviços. A Vida Cultural inclui monumentos, construções e sítios arqueológicos, além de práticas, expressões e conhecimentos das populações tradicionais do Estado.

Encerram os temas Patrimônio Natural, com as formações físicas, biológicas e geológicas, fauna e flora do Estado; além de Um Olhar para o Futuro, que leva o foco para a ciência, a tecnologia e a inovação.

Para além de incentivar a reflexão sobre a história de Minas, a iniciativa da ALMG contribui para movimentar a economia criativa, ampliando as oportunidades de trabalho e renda e as condições de expressão artística durante o período de isolamento social, em uma plataforma segura do ponto de vista sanitário.

Premiados – Fotógrafo com mais de 50 anos de experiência, o belo-horizontino Miguel Aun foi um dos selecionados para a mostra. O impacto da pandemia em seu trabalho, a necessidade de gerar renda, mas também a vontade de mostrar um trabalho autoral, que o emociona, o levaram a participar do edital de seleção.

Com um acervo pessoal de mais de 50 mil fotos de Minas Gerais, ele escolheu uma imagem de garimpo em Itabira (Central), feita em 1983. “Foi uma espécie de corrida do ouro. Estava saindo ouro junto com o rejeito da Vale, e isso atraiu muita gente. Durou pouco tempo, mas foi histórico”, relembra.

Uma foto atual, feita em Uberlândia (Triângulo), garantiu a Fernanda Torquatto uma vaga na exposição. “O voo de Victor - de Minas para o Mariinsky”, capta um salto perfeito do bailarino mineiro Victor Caixeta, primeiro brasileiro contratado como solista pelo Balé do Teatro Mariinsky, na Rússia.

Segundo Fernanda, a imagem só foi possível porque Victor voltou a Uberlândia, em função da pandemia. “Fizemos em uma galeria, no centro da cidade, com todas as lojas fechadas, muitas para alugar”, relembra. Para ela, o reconhecimento da Assembleia, nesse caso, vai também para os artistas da dança, que ela fotografa desde 2012.

Segunda Musical integra agenda de atividades

As celebrações do tricentenário do Estado serão marcadas, ainda, por um espetáculo cultural imperdível: o “Segunda Musical Especial: 300 anos de Minas Gerais - Música do Barroco Mineiro", com Antonio Carlos de Magalhães (cravo) e Eliseth Gomes (soprano).

O concerto, gravado previamente no Teatro da Assembleia, será exibido na TV Assembleia também no dia 7 de dezembro, às 19 horas. Ao mesmo tempo, será disponibilizado no YouTube e no Instagram do Assembleia Cultural.

Para o programa, foram selecionadas canções do chamado Barroco Mineiro, que reúne importantes obras da música erudita brasileira produzidas entre o fim do século XVIII e início do XIX.

Estão incluídas, entre outras, “Salve Regina” e “Tercio”, de Lobo de Mesquita; “Bajulans”, de Manoel Dias de Oliveira; e “No Regaço da Ventura”, atribuída a Tomaz Antônio Gonzaga.

“A música estava presente nas cerimônias religiosas e em eventos especiais. As composições eram, em sua maioria, novenas, ladainhas e hinos dedicados aos santos e à Virgem Maria”, explica Antonio Carlos, cravista que já realizou concertos solos e em grupo no Brasil e no exterior, em países como Alemanha, Portugal, Uruguai, Áustria e Polônia.

Já a soprano Eliseth Gomes, bacharel em Canto pela Universidade do Estado de Minas Gerais, iniciou sua carreira na ópera "Porgy and Bess", do americano George Gershwin, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e no Teatro Nacional de Brasília.

Sua estreia internacional ocorreu na Itália, com a ópera "La Traviata". Desde então, ela já se apresentou em vários países da Europa e da América do Sul.

Parcerias – A agenda comemorativa dos 300 anos de Minas Gerais foi concebida pela ALMG e realizada com o Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunal de Contas e Universidade Federal de Minas Gerais, essa última responsável pela curadoria do projeto. O Legislativo também contou com a parceria da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), do Instituto dos Advogados de Minas Gerais e da Academia Mineira de Letras.